segunda-feira, 22 de junho de 2009

Escrito sem "A"

Observação: Este texto não contém a letra "A"


É possível sim.


Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.
Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos.
Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo.
É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

Autor: Desconhecido

Um comentário:

  1. Escrevi um livro sem a letra A - Ele se chama A- (lê-se a negativo). Ricardo Mardegam

    Um livro surpreendente.
    Diz de um filósofo que emerge e sucumbe em seus conceitos
    teóricos e ressurge como um ícone incompreendido.
    Seus conhecimentos, ensinos e conteúdos podem muito
    nos dizer sobre questões do existir, sobre o Ser e sobre o
    universo dos homens.
    Foi escrito de modo que um dos signos do nosso uso
    comum (o A) fosse excluído e que, mesmo com esse
    jeito diferente de escrever, houvesse o entendimento do
    conteúdo nele exposto.
    É com muito gosto que ofereço este texto... E espero que
    gostem, pois gostei de escrevê-lo e quero crer no seu
    percurso promissor no mundo dos novos escritos.
    Bom divertimento e, em breve, nos veremos, de novo, em
    um outro delírio de escritor que quer o diferente, o novo,
    o (im)possível como desejo.

    psicologo@ricardomardegam.com.br

    ResponderExcluir

 
BlogBlogs.Com.Br